quinta-feira, 25 de julho de 2013

"Caminhos da Serra do Mar" será aberto no dia 15 de agosto


A travessia Caminhos da Serra do Mar, que cortará as cidades de Magé, Petrópolis, Teresópolis e Friburgo, passando pelo interior do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no estado do Rio, será inaugurada no dia 15 de agosto. O projeto é do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que gere o parque.
A trilha já tem sinalização e cartilha para o andarilho. São, no total, 56 quilômetros que devem ser percorridos em seis dias. Durante o trajeto, os caminhantes terão contato com ambientes distintos como mata de encosta, campos de altitude, além de paredões rochosos, picos, poços e cachoeiras.
O chefe do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Leandro Goulart, disse que o principal objetivo da trilha é favorecer a conservação ambiental na Serra do Mar, integrar diversas unidades do mosaico da Mata Atlântica e assegurar assim uma estratégia de conservação por meio do uso público dos espaços. A ideia de fazer uma trilha de longo curso já era antiga, segundo ele, mas só em abril de 2012 começou a ser concretizada.
O início
Para quem quiser completar os seis dias de caminhada, a travessia tem início na Vila Inhomirim, em Magé. A recomendação é começar por volta das 8h. São 7 quilômetros pelo antigo caminho do ouro, uma subida considerada leve-superior, pois começa em uma altitude 20 metros e chega até 700 metros. A caminhada varia entre quatro e cinco horas.
O pernoite será feito no bairro Morin, em Petrópolis. Morin é uma comunidade urbana próxima ao parque e lá há opção de hospedagem em pousadas. Não é possível acampar ainda nesta área dentro do parque. Segundo Leandro, já há um projeto de ampliar as áreas de camping, mas ainda é preciso alterar o plano de manejo da unidade de conservação.
Segundo dia
O segundo dia começa bem cedo entre 6h e 7h e o ponto de partida é as Três Pedras para acessar a travessia Cobiçado Ventania – uma caminhada de nível pesado. "São 12 quilômetros com uma vista deslumbrante da cadeia montanhosa em que o visitante tem uma visão 360 graus. Em dias ensolarados, sem nuvem, é possível avistar a Baía de Guanabara, a cidade do Rio de Janeiro, a ponte Rio-Niterói, assim como a serra de Petrópolis", afirmou Leandro.
A altitude neste dia chega a 1.740 metros. A trilha é considerada difícil pelos poucos pontos de água (recomenda-se levar três litros), a subida é íngreme e há muito desnível de terreno, além de ter pouca sombra. Nesta noite, o visitante dormirá na comunidade rural de Caxambu, em Petrópolis, onde vivem cerca de cem habitantes. "A área tem poços de água, produção de flores e os moradores estão animados para abrir suas porteiras para montar barracas ou alugar camas", informou o chefe do parque.
Terceiro dia
No terceiro dia, é a vez da trilha do Uricanal, um caminho antigo usado por caçadores. A trilha liga o vale do Caxambu ao vale do Bonfim. No caminho, o visitante atravessa pequenos poços, cachoeiras de águas cristalinas e fria, assim como mirantes. São oito quilômetros que podem ser feitos em cerca de quatro horas de caminhada até chegar à comunidade rural do Bonfim. De lá, o visitante pode optar por subir o Pico da Alcobaça de 1.800 metros de altitude. A subida dura em torno de uma hora. "A comunidade do Bonfim está dentro dos limites do parque e seus moradores são muito receptivos para acampar", garante Leandro.
Em Bonfim está localizada uma das sedes do parque nacional. Lá, é cobrado ingresso de R$ 22 por pessoa. O brasileiro tem desconto de 50% e paga R$ 11, enquanto moradores de Magé, Guapimirim, Petrópolis e Teresópolis pagam R$ 2,20. Menores de 12 anos e maiores de 60 anos são isentos.
Três dias finais
No quarto dia, são 8 quilômetros (cerca de seis horas) até o Morro do Açu de 2.200 metros. Para fazer a subida, é cobrada uma taxa de trilha no valor de R$ 16,50. Lá em cima, há estrutura de abrigo de montanha para acolher 30 visitantes e 70 dormindo em barracas. "É uma caminhada pesada e cansativa, e tem que levar água", recomenda o chefe do parque.
A dica é acordar bem cedo no quinto e penúltimo dia para ver o nascer do sol e depois seguir na travessia Açu-Pedra do Sino. São 9 quilômetros que podem ser feitos entre 7 e 8 horas. Esse será mais um dia pesado em que o visitante percorre sete vales. "Mas é a caminhada mais gratificante. O visitante avista toda a cadeia da Serra dos Órgãos", garante Leandro. Nesse dia, o principal atrativo são os Portões de Hércules, um mirante com um paredão de 700 metros. A última noite será no abrigo do Sino que fica na base da Pedra do Sino de 2.275 metros.
No sexto e último dia, o andarilho já realiza o caminho de descida até Teresópolis. São 12 quilômetros até alcançar a sede do parque. Recomenda-se chegar até 16h.
Mosaico da Mata Atlântica
A ideia é que a trilha não termine em Teresópolis. Os Caminhos da Serra do Mar é um projeto de criação de uma trilha de longa duração que tem como ambição percorrer algumas das unidades de conservação do Mosaico da Mata Atlântica Central Fluminense.
"Estamos negociando com o Parque Estadual dos Três Picos gerido pelo Inea para expandir a travessia. Já estão em levantamento mais trilhas. Queremos ter uma travessia de 15 dias de aventura para inaugurar na temporada de montanhismo de 2014, entre abril e outubro", anunciou Leandro.
Nesta grande travessia, será possível chegar até a região de Salinas em Nova Friburgo, ao Sana e se estender até Casimiro de Abreu.
O parque
Criado em 30 de novembro de 1939, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos tem como objetivo a proteção da paisagem e da biodiversidade na Serra do Mar. A unidade de conservação abriga cerca de 2.800 espécies de plantas catalogadas e 130 animais ameaçados de extinção e espécies endêmicas que só existem lá.
O parque tem a maior rede de trilhas do Brasil com mais de 130 quilômetros para trekking em todos os níveis de dificuldade – como a trilha suspensa e a travessia Petrópolis-Teresópolis com 30 km de subidas e descidas pela parte alta das montanhas.
As escaladas também são algumas das atrações como o Dedo de Deus e a Agulha do Diabo. Todas essas trilhas e atrativos do parque podem ser visitados sem o acompanhamento de guias.

Clique aqui e confira mais detalhes no Guia do Visitante criado pela ICMBio.

Fonte: Extremos

Um comentário:

Gabriel Rangel disse...

Ë possível fazer de bike?