terça-feira, 14 de maio de 2013

Dez roteiros especiais pelo Brasil para fazer de bicicleta


Que tal viajar de bicicleta, curtindo com calma cada pedacinho do trajeto? O UOL Viagemselecionou dez rotas bastante variadas passando por belos lugares do país. Há passeios de um dia até aqueles de mais uma semana, verdadeiros desafios mesmo para quem está bem preparado. Em comum, as lindas paisagens e uma maneira diferente de conhecer as regiões do Brasil. Prepare seu alforge, pernas e pulmões, pegue os mapas e escolha qual combina mais com você.
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Dez roteiros especiais pelo Brasil para fazer de bicicleta56 fotos

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O percurso da rota Caminho da Luz é indicado com setas amarelas Eliana Garcia

Cunha - Paraty (SP-RJ)
Trata-se de um trecho curto, quase só de descida e terminando na histórica e belíssima Paraty (RJ). Não poderia ser melhor, não? Mas é preciso cuidado e um pouco de habilidade, já que a descida em questão é feita na histórica Estrada Real, com muitas pedras soltas, por isso certifique-se de estar com os freios em ordem.

A Sampa Bikers (www.sampabikers.com.br) sugere que o início da pedalada seja no quilômetro 20 do trevo de acesso de Cunha, a dois quilômetros de distância da estrada para a Pedra da Macela - aliás, quem estiver com bom condicionamento pode desviar um pouco do caminho e subir a Pedra para avistar o mar.

O roteiro tem cerca de 30 km, sendo apenas seis de subida até a divisa entre Rio e São Paulo. No caminho, cachoeiras, mata, pequenos animais e belas paisagens, com destaque para a Cachoeira do Escorrega, um tobogã natural pouco antes da chegada ao centro de Paraty.

Chegando a cidade recomponha as energias com a atmosfera de charme colonial, boa culinária, as famosas cachaças artesanais e, quando tiver fôlego, aventure-se pelas ilhas e praias, podendo esticar até Trindade (com destaque para a praia do Cachadaço).


Caminho dos Diamantes (MG)
Que tal pedalar entre duas das mais belas cidades mineiras, que guardam patrimônios importantíssimos da história do Brasil? Pois quem estiver muito bem condicionado e não tiver medo de subidas pode fazer a viagem de Diamantina a Ouro Preto, refazendo o trajeto das riquezas brasileiras que seguiam a Portugal pela Estrada Real. Apesar de difícil, é um dos percursos mais procurados por ciclistas, com 350 km de muito sobe-e-desce. Para aproveitar com tranquilidade todos os atrativos do caminho reserve dez dias, como sugere o advogado Junior Menini, de São Bernardo do Campo, adepto das cicloviagens. “A beleza da Serra do Espinhaço é impressionante. Passamos por diversas cidades históricas que ainda conservam o patrimônio arquitetônico”, diz ele, que destaca Serro e Conceição do Mato Dentro. A primeira é famosa pelos queijos e pelas construções no estilo colonial, enquanto Conceição do Mato Dentro abriga a Cachoeira do Tabuleiro com seus impressionantes 273 metros de altura.

Outro município pequeno e acolhedor no caminho é Milho Verde. “No meio do percurso há ainda os municípios de Cocais e Barão de Cocais, muito pequenos e guardam um ar nostálgico da época da exploração de ouro e diamante”, completa Menini.

Pouco antes do destino final está Mariana. Se quiser “matar” uma parte da pedalada pegue a maria-fumaça até Ouro Preto, onde casarões, museus e igrejas devem ser visitados sem pressa. O percurso é sinalizado com pequenos totens, e os mapas e detalhes podem ser baixados no site www.estradareal.tur.br. E depois de tanto esforço, pode se entregar sem culpa aos queijos, doces e quitutes famosos do estado.
  • Acervo IER-Roney Ribeiro
    Totens mostram o Caminho dos Diamantes aos viajantes, em Minas Gerais

Caminho do Sol (SP)
Poucos sabem, mas bem próximo à São Paulo há um caminho de peregrinação inspirado no Caminho de Santiago de Compostela. Passando por ambientes rurais e muitas plantações de cana, é uma boa opção para quem procura um percurso curto e que ao mesmo tempo ofereça a tranquilidade da natureza sem se afastar muito da capital.

Com 240 km, o Caminho do Sol sai de Santana de Parnaíba e chega à estância de Águas de São Pedro, onde o fim é marcado com um bater do sino na Casa de Santiago. “A região de Itu é um dos pontos mais bonitos do caminho, estradas de terra em terreno montanhoso e sem a paisagem de cana-de-açúcar”, relembra o advogado Luis Felipe Campos Silva, que fez o percurso em três dias.

A rota é monitorada e deve ser feita uma inscrição no site www.caminhodosol.org. Durante o caminho, o passaporte é carimbado e ao fim o ciclista recebe um certificado de concluinte.

As hospedagens são bem simples, seguindo a proposta de despojamento, e o trajeto é indicado por setas amarelas. Este percurso geralmente é feito em quatro dias.


Caminho da Luz (MG)
Na Zona da Mata Mineira, divisa com Rio de Janeiro e Espírito Santo, são 180 km passando por cachoeiras e vilarejos, com destaque para a bela região montanhosa da Serra do Caparaó. A altitude varia bastante: entre 238 metros em Tombos a 2.890 metros no alto do Pico da Bandeira.

O início é na Cachoeira de Tombos, a quinta maior em volume de água do país, e o ponto final da viagem é a cidade de Alto Caparaó, onde, com uma caminhada, chega-se ao Pico da Bandeira. “É o terceiro ponto mais alto do Brasil e dá para subir sem a ajuda de equipamentos de escalação. A dica é subir o primeiro patamar para ver o pôr-do-sol e ir para o topo durante a noite e presenciar o espetacular nascer do sol a mais de 2.800 metros de altitude. A contratação de guia é muito importante neste trecho”, recomenda Menini.

A sinalização é toda feita por setas amarelas. Antes de fazer o percurso faça a inscrição pelo site www.caminhodaluz.org.br para ter apoio no caso de emergências e contatar a hospedagem.


Circuito Vale Europeu (SC)
Com um total de 300 km, é um caminho circular, com início e fim em Timbó (cidade próxima a Blumenau). Esta rota é uma verdadeira imersão na cultura europeia, principalmente alemã, pontilhada na arquitetura das cidades e casas de estilo alpino. O percurso pode ser dividido em duas partes: uma segue de Timbó a Rodeio e é menos exigente, enquanto a outra - chamada parte alta – sobe a serra e tem relevo mais desafiador. As paradas são nos municípios de Pomerode, Indaial, Ascurra, Rodeio, Dr. Pedrinho, Rio dos Cedros, Benedito Novo e Apiúna.

Por ser uma região de muitas nascentes, evite a época de chuvas (fim da primavera ao fim do verão). Não deixe de conhecer a Cachoeira do Zinco em Benedito Novo e a cidade de Dr. Pedrinho, com uma boa vinícola, além da famosa Pomerode. Todo o percurso é sinalizado com setas amarelas, seguindo a tendência dos roteiros inspirados no Caminho de Santiago.
  • Jorge Blanquer
    Ponte pênsil em Indaial, parte do trajeto do Circuito Vale Europeu
Rota do Descobrimento (BA)
Sim, pedalar pelas belas praias do Nordeste também é possível. O percurso realizado pelo grupo Sampa Bikers leva seis dias para completar maravilhosos 120 km pelo sul da Bahia, na chamada Rota do Descobrimento, relembrando a chegada de Pedro Álvares Cabral e sua esquadra em abril de 1500. Pedalando cerca de 30 km diários à beira mar, vai de Prado à Arraial d' Ajuda com calma, cruzando rios e falésias por trilhas em meio a coqueirais, travessias de barco e mergulhos entre uma pedalada e outra. Passa pelas belas e rústicas Cumuruxatiba, Corumbau, Caraíva, Curuípe e Trancoso, onde o descanso se dá na charmosíssima área conhecida como “quadrado”.

A Auroraeco Viagens (www.auroraeco.com.br) também tem um roteiro pelo sul da Bahia. “Apesar de ser bem tranquilo, o horário de saída deve ser religiosamente respeitado por causa da maré em alguns trechos”, recomenda Guilherme Padilha, da agência.
  • Vivian Camhi
    A estrada da rota Rio - Friburgo (RJ) é boa, com duas faixas que dão mais tranquilidade ao ciclista em relação aos carros
Rio - Friburgo (RJ)
Deixar a praia para curtir o clima romântico da serra fluminense é uma ótima opção de bicicleta. Petrópolis, a Cidade Imperial, é a primeira parada. E é preciso fôlego: são 20 km ininterruptos de subida na serra desde o Rio de Janeiro, mas a inclinação não é de assustar. A estrada é boa (BR 040) e há duas faixas, que dão mais tranquilidade em relação aos carros. “Uma parada obrigatória depois da subida é a famosa Casa do Alemão ou a Pavelka para comprar comidas típicas e biscoitos amanteigados”, conta a educadora física carioca Mel Theophilo. Com muita história, museus e pontos turísticos, fique um ou dois dias na cidade para aproveitar. “Há a opção de subir até Petrópolis pela chamada Serra Velha, evitando o tráfego intenso de veículos, e também pela beleza do trajeto. São 91 km, sendo 14 km de subida”, sugere Mel.

De Petrópolis são mais 33 km até Teresópolis pela estrada Teresópolis-Itaipava (BR-495), conhecida também como Estrada das Hortênsias e de lá a Friburgo prepare-se para um desafiador sobe-e-desce de cerca de 60 km. “O centro de Friburgo tem muitos restaurantes simpáticos, teleférico e um lindo visual. Próximo está a cidade de Lumiar, com várias pousadas aconchegantes, e a cinco quilômetros dali fica a charmosa São Pedro da Serra, com muitos restaurantes de massa caseira, ateliês e uma festa anual que enche a cidade. Vale conferir”, recomenda a treinadora.


Curitiba - Morretes (PR)
Este passeio pode ser feito em um dia. Saindo da capital do Paraná e passando por Quatro Barras são pouco menos de 80 km até a cidade de Morretes pela Serra da Graciosa e seus tradicionais paralelepípedos originais da construção de 1854 que serviam como rota para os tropeiros em direção ao litoral.

O ponto de partida é a rodoviária de Curitiba. Apesar de ser maior parte de descida cortando a Mata Atlântica, há um pouco de subidas no início. Existem seis pontos de descanso, os chamados 'recantos', locais de abastecimento e belos mirantes.

Na bucólica Morretes prove o famoso barreado (cozido de carnes) e aproveite para conhecer os pontos históricos da cidade. Para completar, volte a Curitiba pelo trem da Serra do Mar, que liga a capital ao Porto de Paranaguá (serraverdeexpress.com.br).


Vale dos Vinhedos (RS)
No sul do Brasil a pedalada acontece entre uma degustação de vinho e outra de espumante nas vinícolas próximas a Bento Gonçalves. Permeadas também, claro, pela gastronomia dos colonos europeus que povoaram a região. Um dos circuitos mais tradicionais passa pelo famoso “Caminhos de Pedra”, um roteiro turístico com mais de 50 pontos de observação do patrimônio arquitetônico e da paisagem e 13 pontos de visitação, com cantinas, ateliês, capelas, casas históricas e pequenas propriedades produtoras de alimentos, com destaque para a Casa do Tomate e a Casa da Ovelha.

A agência Caminhos do Sertão (www.caminhosdosertao.com.br) tem um roteiro que passa também pelo Rio das Antas e o Vale dos Vinhedos propriamente dito, área entre Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul com mais de 20 vinícolas. Só é preciso maneirar um pouco nas degustações para a próxima pedalada, mas a boa notícia é que os trajetos são curtos.
  • Divulgação/Auroraeco
    Entre as pedaladas, parada nos belos mirantes da Chapada dos Veadeiros, em Goiás
Chapada dos Veadeiros (GO)
Na mística região de Goiás, os circuitos são permeados pela beleza das cachoeiras e do Vale da Lua, onde o Rio São Miguel corre entre rochas com cores impressionantes e formas talhadas pela água. A agência Auroraeco promove um roteiro que mescla caminhadas e trechos de bicicleta na região compreendida entre São Jorge, Alto Paraíso, Colinas do Sul e Cavalcante. É uma área privilegiada com belíssimas cachoeiras, cânions, minas e flora e fauna riquíssimas, concentradas no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, que também preserva áreas de antigos garimpos e foi declarado Patrimônio Mundial Natural pela Unesco. A entrada para o parque fica na Vila de São Jorge, 260 km de Brasília.
Fonte: UOL Viagens

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