quinta-feira, 26 de julho de 2012

A cidade do futuro - Com Bike, claro


Lucas do Rio Verde
Ao andar pela cidade é possível observar o grande número de bicicletas elétricas e tradicionais em circulação. Lucas possui a maior malha de ciclovia de Mato Grosso. São 25 km na área urbana, a pretensão é chegar a 38 km até dezembro deste ano

Uma cidade sem graça, no meio de um Estado gigante e que conseguiu virar a menina dos olhos do mundo. O que faz de Lucas do Rio Verde diferente?
Imagine um lugar onde ainda se pode andar de bicicleta tranquilamente, 85% da população é atendida pelo Programa Saúde da Família (PSF), o ensino público alcança índices muito acima da média nacional, com 85% dos professores pós-graduados, os bairros possuem posto de saúde, escola, praça e campo de futebol. A coleta seletiva alcança 100% das casas, assim como a água tratada e o asfalto. Índice de desemprego próximo de zero e onde sobram empregos em quase todas as áreas, com mais de 3,5 mil vagas esperando para serem preenchidas. Esse lugar fica a 350 km de Cuiabá, foi fundado há apenas 32 anos por gaúchos, paulistas e catarinenses que faziam parte de um assentamento de reforma agrária e vieram a Mato Grosso em busca do sonho de ter um pedaço de chão para trabalhar. Lucas do Rio Verde nasceu para ser grande!
De 2000 a 2012 a cidade do médio-norte de Mato Grosso teve um aumento populacional de 120%, passando de 19,3 mil para 52 mil habitantes e se prepara para dobrar esse percentual em no máximo oito anos, cerca de 35% da população chegou nos últimos seis anos. No Rio+20 a cidade foi capa do livro ‘Cerrado Agriculture’, dos japoneses Akio Hosono e Yutaka Hango - edição que será distribuída nas principais universidades do mundo - como modelo de agricultura sustentável. Mas nem sempre foi assim, Lucas era apenas um município com muitas dificuldades e estrutura precária, conta a assessora de projetos especiais da The Nature Conservancy (TNC), Luciane Copetti, que hoje está na The Nature Conservancy e por sete anos trabalhou na administração pública e viu passo a passo as transformações acontecerem. Entre 2004 e 2005 a cidade passou por uma grande crise, resultado da quebra de 38% na safra. Foi quando a população percebeu que algo estava errado e que seria necessária uma profunda transformação. Na época a cidade vivia apenas do plantio da soja que era exportada in natura. Passar de monocultura para uma produção diversificada não seria fácil. O primeiro passo nesse sentido foi a criação do Programa de Desenvolvimento Econômico de Lucas do Rio Verde (Prodel), em 2005, e os incentivos para atração de grandes indústrias. Com a chegada das indústrias, foi necessário readequar o Plano Diretor, uma vez que o crescimento populacional era uma realidade. Foram dois anos de discussões entre o poder público e a população para incluir todos os pontos necessários à cidade, desde investimentos em infraestrutura (ampliação do perímetro urbano contemplando o setor urbano e industrial), saneamento, educação e saúde - que foram prioridades, bem como a criação de leis municipais de incentivos fiscais. Em vez de imaginar os quatro anos seguintes, o foco era 2020. “Acreditávamos que se o governo desse o exemplo a população acataria”, como comenta o atual prefeito da cidade, Marino Franz. Em 2008 o plano foi colocado em prática.
índices


Para ver mais sobre esta reportagem, clique aqui. É bem interessante....

Nenhum comentário: